Os grandes projetos urbanos (GPU) são obras, ações e processos que compõem o metabolismo socioambiental das cidades com significativos danos ambientais e riscos socioambientais aos grupos sociais vulneráveis; por conseguinte, são produtores de conflitos socioambientais no âmbito da urbanização. Estão articulados à lógica de mercantilização das cidades e urbanização desigual, sendo fatores de gentrificação, segregação socioambiental e insalubridade das cidades. No Brasil, foram importados junto com o modelo de industrialização e o culto ao automóvel de experiências norte global. Na Amazônia fizeram história, desde o mimetismo de cidades como Belém, chamada por “Paris dos trópicos”, atualmente, com adoção de megaempreendimentos que articulam as cidades em redes.

A abordagem da Ecologia Política Urbana tem analisado suas características e contradições e conflitos,  em especial nas produções científicas de David Harvey ,  Abarca Aura, Henri Acselrad, Carlos Vainer, Erminia Maricato, André Farias, Sandra Cruz, Saint-Clair Trindade Jr. 

Na Região Metropolitana de Belém (RMB), Amazônia paraense, são exemplos de GPU: Aterro Sanitário de Marituba; Macrodrenagem da Estrada; Macrodrenagem da Estrada Nova; BRT Belém; BRT Metropolitano. Uma das formas de colaborarmos com atualização da pesquisa sobre os  Grandes Projetos na Amazônia é lançar luzes sobre os GPU em territórios urbanos, como a RMB. (FARIAS, 2024 – no prelo).