Grandes Projetos de Infraestrutura
São mega empreendimentos relacionados a intervenções e obras que servem, principalmente, para a comercialização e transporte de mercadorias. Portanto, para a reprodução e circulação do capital. Podem ser exemplificadas em ferrovias, rodovias, portos, pontes e aeroportos. Nas cidades assumem a forma de grandes projetos urbanos, como: grandes avenidas,viadutos, macrodrenagens e sistemas de mobilidade urbana.. No Brasil, ganharam expressão histórica as ferrovias (Estrada de Ferro de Carajás; Transnordestina e Norte-Sul), logo ultrapassadas pelas rodovias continentais, com maior repercussão na Amazônia, como: Belém-Brasília (BR 010); Transamazônica (BR 230) e Santarém-Cuiabá (BR 163). No ambiente urbano, as grandes intervenções de infraestrutura podem ser vistas nos exemplos como: Macrodrenagem do Tucunduba e Estrada Nova; “Nova Rodovia LIberdade” e Bus Rapid Transport (BRT) Belém e Metropolitano. Estas mega intervenções transformam territórios rurais e urbanos com danos e riscos sobre o ecossistema e grupos sociais. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Novo PAC são pacotes destas grandes obras de infraestrutura, desmascarando o discurso da “sustentabilidade”. O atravessamento de áreas protegidas, a impermeabilização do solo, o aumento do fluxo de automóveis são alguns dos danos que por sua vez produzem riscos socioambientais às populações rurais e urbanas. Somam-se os conflitos socioambientais decorrentes de disputa pela terra e terra urbana, aqui a propriedade adquire o ápice de seu fetichismo. Estes projetos têm uma íntima relação com a agenda das mudanças climáticas, principalmente pela relação com a produção dos gases de efeito estufa, mas o discurso de desenvolvimento e urbanização escamoteia suas raízes de degradação ambiental. Assim, os conflitos socioambientais se apresentam de forma latente ou são negligenciados pela invisibilidade proposital que a grande mídia e o Estado tratam os danos e riscos socioambientais, em particular nas cidades.
