Grandes Projetos de Monocultura
São aqueles que têm o monocultivo como característica principal com alto volume de capital e vasta ocupação de terras. Produzem danos e riscos socioambientais nas relações ecossistêmicas entre terra e água, com não rara exploração do trabalho em condições degradantes – resumidamente descritos como perda de sociobiodiversidade. No Brasil, as experiências coloniais e da Velha República, envolvem as plantations de cana-de-açúcar, do algodão e do café. Mais recentemente, as monoculturas da soja, milho e dendê estão contraditoriamente articuladas com propostas do “desenvolvimento sustentável”, entretanto diretamente vinculados um modelo neoextrativista, exportador de commodities. Destacam-se na Amazônia, grandes plantações de soja, arroz, dendê e espécies florestais como eucalipto. Alguns autores apontam ainda o risco da açaização como o mais novo monocultivo na Amazônia. Fazem parte do circuito da produção e se alimentam de estruturas agrárias do passado, como os latifúndios; porém, tem se expandido com acúmulo de terras, avançando ainda sobre a floresta. Os danos envolvem a desterritorialização de populações tradicionais e locais, desmatamento, contaminação da terra e água por agrotóxicos, além de foco de inúmeros conflitos socioambientais envolvendo Estado, grandes empresas – no caso do Pará (Agropalma; Marborges; Palmasa; DenTauá, etc) e grupos sociais, como: indígenas, quilombolas, agricultores familiares e extrativistas.
